terça-feira, 8 de junho de 2010

Terceira geração do romantismo (Brasil)



A terceira geração romântica –, voltada para uma poesia de preocupação social. Conhecida como condoreira (tinha como emblema o condor, ave que constrói seu ninho em grandes altitudes) ou hugoniana (numa referência a Vitor Hugo, escritor francês cuja obra de cunho social marcou o período), sua linguagem adquiria um tom inflamado, declamatório, grandiloqüente, carregada de transposições e de figuras de linguagem. Seus principais representantes, Castro Alves e Tobias Barreto, têm sua produção associada ao movimento abolicionista e republicano, respectivamente.

Veja algumas de suas características:
a) poesia de fundo social, defensora da República, das revoluções e do Abolicionismo;
b) ênfase na função apelativa, por ser um tipo de poesia própria para ser declamado em praça pública; o objetivo é empolgar os ouvintes;
c) uso de apóstrofes, de grande efeito retórico;
d) presença constante de antíteses, hipérboles, metáforas, dando maior colorido ao texto.

A obra de Castro Alves é composta por:

  • Espumas Flutuantes (1870);
  • Gonzaga ou a Revolução de Minas (1875);
  • A Cachoeira de Paulo Afonso (1876);
  • Vozes d'África e Navio Negreiro (1880);
  • Os Escravos (1883).

III O Navio Negreiro


Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!

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